terça-feira, 29 de outubro de 2013

FORMAÇÃO CULTURAL E IDENTIDADE DO TOCANTINS.




SOCIOLOGIA/HISTÓRIA/GEOGRAFIA




1 - LIVROS
- BARROS, Otávio. Breve História do Tocantins, 1º edição, FIETO, Araguaína, 1996
- BARROS, Otávio. Tocantins, Conhecendo e Fazendo História, 1º edição, SECOM, Palmas, 1998.
- PALACIN, Luís, MORAES, Maria Augusta Sant’anna. História de Goiás (1722-1972) 5º ed. Goiânia: Ed. Da UCG, 1989.
- O Século do Ouro em Goiás. 3º ed. Goiânia: Oriente, Brasília: INL, 1979.
- CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo Rosa. Tocantins: O Movimento Separatista do Norte de Goiás, 1821-1988 - São Paulo: A Garibaldi, Editora da UCG, 1999.
- SILVA, Francisco Ayres da. Caminhos de Ouhãra - 2° ED. Porto Nacional: Prefeitura Municipal, 1999.
- PARENTE, Temis Gomes- Fundamentos Históricos do Estado do Tocantins Goiânia: ED. da UFG, 1999.
- ALENCASTRE, José Martins Pereira de. Anais da Província de Goiás. Goiânia: SUDECO/Governo de Goiás, 1979.

2 - FILMES

3 - SITES
3 - TEXTOS
Formação cultural e identidade do tocantinense

Apesar de ser o Estado mais jovem do Brasil, fundado em 1988, o Tocantins possui uma cultura secular que reflete o seu longo processo de formação. Nas danças, cânticos e nas manifestações populares do Estado, pode-se ver, nitidamente, traços da identidade dos negros que aportaram em seu território para trabalhar na exploração do ouro, ainda sob o regime da escravidão. Nos eventos religiosos tradicionais do Estado, que juntam milhares de fiéis, pode-se sentir que o Tocantins carrega a essência da própria formação mística brasileira. É preciso conhecer a sua história para melhor entender como se configura a atual cultural do Tocantins.
A colonização do Brasil se deu dentro do contexto da política mercantilista do século XVI que via no comércio a principal forma de acumulação de capital, garantido, principalmente, através da posse de colônias e de metais preciosos.
Além de desbravar, explorar e povoar novas terras os colonizadores tinham também uma justificativa ideológica: a expansão da fé cristã. "Explorava-se em nome de Deus e do lucro, como disse um mercador italiano" (AMADO, GARCIA, 1989, p.09). A preocupação em catequizar as populações encontradas foi constante.
A colônia brasileira, administrada política e economicamente pela metrópole, tinha como função fornecer produtos tropicais e/ou metais preciosos e consumir produtos metropolitanos. Portugal, então, iniciou a colonização pela costa privilegiando a cana de açúcar como principal produto de exportação.
Enquanto os colonizadores portugueses se concentravam no litoral, no século XVII ingleses, franceses e holandeses conquistavam a região norte brasileira estabelecendo colônias que servissem de base para posterior exploração do interior do Brasil. Os franceses, depois de devidamente instalados no forte de São Luís na costa maranhense, iniciam a exploração dos sertões do Tocantins. Coube a eles a descoberta do Rio Tocantins pela foz no ano de 1610 (RODRIGUES, 2001).
O rio Tocantins foi um dos caminhos para o conhecimento e exploração da região onde hoje se localiza o Estado do Tocantins. Nasce no Planalto Central de Goiás e corta, no sentido sul-norte, todo o território do atual Estado do Tocantins.
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses iniciaram a colonização da região pela "decidida ação dos jesuítas". E ainda no século XVII os padres da Companhia de Jesus fundaram as aldeias missionárias da Palma (Paranã) e do Duro (Dianópolis) (SECOM, 1998).
O norte de Goiás deu origem ao atual Estado do Tocantins. Segundo a historiadora Parente ( 1999), esta região foi interpretada sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atribuído somente à localização geográfica dentro da região das Minas dos Goyazes na época dos descobrimentos auríferos no século XVIII. Com referência ao aspecto geográfico, essa denominação perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás, quando a região norte passa a ser o Estado do Tocantins.
Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas na região, o norte de Goiás passou a ser conhecido como uma das áreas que mais produziam ouro na capitania. Esta constatação despertou o temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal maior que nas outras áreas mineradoras.
Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, após a queda da mineração, como sinônimo de atraso econômico e involução social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da população.
Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida pelos seus exploradores, “que em quinze anos abriam caminhos e estradas, vasculharam rios e montanhas, desviam correntes, desmatam regiões inteiras, rechaçaram os índios, exploram, habitam e povoam uma área imensa....” (PALACIM, Luis,1979, p.30)
Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política mercantilista do século XVIII, a ser incorporada ao Brasil. O período aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase sem transição, sujeitou a região a um estado de abandono.
Foi na economia de subsistência que a população encontrou mecanismos de resistência para se integrar economicamente ao mercado nacional. Essa integração, embora lenta, foi se concretizando baseada na produção agropecuária, que predomina até hoje e constitui a base econômica do Estado do Tocantins (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.96)
 “Há ouro e água”. Isto basta. Depois da fundação solene do primeiro arraial de Goiás, o arraial de Sant'Anna, esse foi o critério para o surgimento dos demais arraiais. Para as margens dos rios ou riachos auríferos deslocaram-se populações da metrópole e de todas as partes da colônia, formando à proporção em que se descobria ouro, um novo arraial “que podia progredir ou ser abandonado, dependendo da quantidade de riquezas existentes”. (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.58)
Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as descobertas auríferas no norte de Goiás e, por causa delas, a formação dos primeiros arraiais no território onde hoje se situa o Estado do Tocantins. Natividade e Almas (1734), Arraias e Chapada (1736), Pontal e Porto Real (1738). Nos anos 40, surgiram Conceição, Carmo e Taboca, e mais tarde Príncipe (1770). Alguns foram extintos, como Pontal, Taboca e Príncipe. Os outros resistiram à decadência da mineração e no século XIX se transformaram em vilas e posteriormente em cidades.
O grande fluxo de pessoas de todas as partes e de todos os tipos permitiu que a composição social da população dos arraiais de ouro se tornasse bastante heterogênea. Trabalhar, enriquecer e regressar ao lugar de origem eram os objetivos dos que se dirigiam para as minas. Em sua maioria eram homens brancos, solteiros ou desacompanhados da família, que contribuíram para a mistura de raças com índias e negras escravas. No final do século XVIII, os mestiços já eram grande parte da população que posteriormente foram absorvidos no comércio e no serviço militar.
A população branca era composta de mineiros e de pessoas pobres que não tinham nenhuma ocupação e eram tratados, nos documentos oficiais, como vadios.
Ser mineiro significava ser dono de lavras e escravos. Era o ideal de todos os habitantes das minas, um título de honra e praticamente acessível a quase todos os brancos. O escravo podia ser comprado a crédito, sua posse dava o direito de requerer uma data - um lote no terreno de mineração - e o ouro era de fácil exploração, do tipo aluvional, acumulado no fundo e nas margens dos rios.
Todos, uns com mais e outros com menos ações, participavam da bolsa do ouro. Grandes comerciantes e contratadores que residiam em Lisboa ou Rio de Janeiro mantinham aqui seus administradores. Escravos, mulatos e forros também praticavam a faiscagem - procura de faíscas de ouro em terras já anteriormente lavradas. Alguns, pela própria legislação, tinham muito mais vantagens.
O negro teve uma importância fundamental nas regiões mineiras. Além de ser a mão-de-obra básica em todas as atividades, da extração do ouro ao carregamento nos portos, era também uma mercadoria de grande valor. Primeiro, a quantidade de negros cativos foi condição determinante para se conseguir concessões de lavras e, portanto, para um branco se tornar mineiro. Depois, com a instituição da capitação no lugar do quinto, o escravo tornou-se referência de valor para o pagamento do imposto. Neste, era a quantidade de escravos matriculados que determinava o quanto o mineiro iria pagar em ouro para a Coroa. Mas a situação do negro era desoladora. Os maus tratos e a dureza do trabalho nas minas resultavam em constantes fugas.
A mão-de-obra indígena na produção para a exportação foi muito menor que a negra. Isso é devido ao fato da não adaptação do índio ao rigor do trabalho exigido pelo branco, gerando uma produção de baixa rentabilidade.
O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento oportuno para mobilizar a população em torno de um projeto de existência quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a autonomia política do norte goiano, já batizado Tocantins. Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas de Goyazes, o governo português tomou uma série de medidas para garantir para si o maior proveito da exploração das lavras. Foi proibida a abertura de novas estradas em direção às minas. Os rios foram trancados à navegação. As indústrias proibidas ou limitadas. A lavoura e a criação inviabilizadas por pesados tributos: braços não podiam ser desviados da mineração. O comércio foi fiscalizado. E o fisco, insaciável na arrecadação.
“Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma sujeita à capitação e censo, à venalidade dos empregados de registros e contagens, à falsificação na própria casa de fundição, ao quinto (....), ao confisco por qualquer ligeira desconfiança de contrabando” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18). À época do descobrimento das Minas dos Goyazes vigorava o método de quintamento nas casas de fundição. A das minas de Goiás era em São Paulo. Para lá que deveriam ir os mineiros para quintar seu ouro. Recebiam de volta, depois de descontado o quinto, o ouro fundido e selado com selo real.
O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das minas, mas se saísse da capitania, tinha que ser declarado ao passar pelo registro e depois quintado, o que praticamente ficava como obrigação dos comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a crédito, prazo e preços altíssimos acabavam ficando com o ouro dos mineiros e eram os que, na realidade, canalizavam o ouro das minas para o exterior e deviam, por conseguinte, pagar o quinto correspondente.
O método da casa de fundição para a cobrança do quinto seria ideal se não fosse um problema que tomava de sobressalto o governo português: o contrabando do ouro, que oferecia alta rentabilidade: “os vinte por cento do imposto mais dez por cento de ágio”. Das minas para a costa ou para o exterior era sempre um negócio lucrativo, que “nem o cipoal de leis, alvarás, cartas régias e provisões, nem os seqüestros, devassas de registros, prêmios prometidos aos delatores e comissões aos soldados puderam por freio (....)”.( PALACIN, 1979, p. 49).
O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o comércio desde os portos, praticado (....) “por meio da conivência dos guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que custodiavam o comboio dos quintos reais”. Contra si o governo tinha as dilatadas fronteiras, o escasso policiamento, o costume inveterado e a inflexibilidade das leis econômicas. ( PALACIN, 1979, p. 49). A seu favor tinha o poder político, jurídico e econômico sobre toda a colônia. Assim, decreta como primeira medida, em se tratando das minas, o isolamento destas.
A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso a Goiás ficando um único caminho, o iniciado pelas bandeiras paulistas que ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste - Bahia e Piauí. Foi proibida a navegação fluvial pelo Tocantins, afastando a região de outras capitanias - Grão-Pará e Maranhão.
À proporção que crescia a importância das minas surgiram atritos com os governadores das capitanias do Maranhão e Pará, “quando do descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos boatos de suas grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a incumbência de nomear autoridades para os ditos arraiais e outras minas que pudessem surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem os quintos de ouro ali existentes”.( PARENTE , 1999, p. 59).O resultado foi o afastamento dessa interferência seguido da proibição, através de bandos, da entrada das A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos primeiros dez anos de estabelecimento das minas, entre 1726 e 1735. Foi o período em que o ouro aluvional aflorava por toda a região, resultando numa produtividade altíssima. Quando se iniciou a cobrança do imposto de capitação em todas as regiões mineiras, a produção começou a cair, possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando na região, impossível de se mensurar.
De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto por ser o período da volta da cobrança do quinto nas casas de fundição. Mas a produtividade continuou decrescendo. O motivo dessa contradição era a própria extensão das áreas mineiras, que compensavam e excediam a redução de produtividade.
A distâncias das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco de ataques indígenas aos mineiros justificaram a criação de uma casa de fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi transferida para Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de sua manutenção”.( PARENTE, 1999, p. 51)
A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da arrecadação da Casa de Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas providências como a instalação de um registro, posto fiscal, entre Santa Maria (Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa para reverter o quadro da arrecadação foi organizar bandeiras para tentar novos descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas duas. Uma dirigiu-se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do Tocantins e entrou em conflito com os Xerente, resultando na morte de seu comandante.
A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia (GO) para as margens do rio Araguaia em busca dos Martírios, serra onde se acreditava existir imensas riquezas auríferas. Mas a expedição só chegou até a ilha do Bananal onde sofreu ataques dos Xavante e Javaé, dali retornando.
No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação do quinto com o fim das descobertas do ouro de aluvião, predominando a faiscagem nas minas antigas. Quase sem transição, chegou a súbita decadência.
A crise econômica
O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros setores a uma ruína parcial: diminuição da importação e do comércio externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-obra pelo estancamento na importação de escravos, estreitamento do comércio interno, com tendência à formação de zonas de economia fechada e um consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos centros de população, ruralização, empobrecimento e isolamento cultural”( PALACIN, 1979, p. 133). Toda a capitania entrou em crise e nada foi feito para a sua revitalização. Endividados com os comerciantes, os mineiros estavam descapitalizados.
A avidez pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas metropolitanas quanto dos mineiros e comerciantes, não admitiu perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era abandonado. Os arraiais de ouro, que surgiam e desapareciam no Tocantins, contribuíram apenas para o expansionismo geográfico. Cada vez se adentrava mais o interior em busca do ouro aluvional, mas em vão.
No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto propositadamente quanto geograficamente, essa região sempre sofreu medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da navegação fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira mais fácil e econômica de a região atingir outros mercados consumidores das capitanias do norte da colônia. O caminho aberto que ligava Cuiabá a Goiás não contribuiu em quase nada para interligar o comércio da região com outros centros abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado ao litoral nordestino. Esse isolamento, junto com o fato de não se incentivar a produção agro-pecuária nas regiões mineiras, tornava abusivo o preço de gêneros de consumo e favorecia a especulação. A carência de transportes, a falta de estradas e o risco freqüente de ataques indígenas dificultavam o comércio.
Além destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados tributos contribuíram para drenagem do ouro para fora da região. Dos impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os outros (entradas, dízimos, contagens, etc.) eram destinados à manutenção da colônia e da própria capitania.
Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico devido à falta de acumulação de capital e ao atrofiamento do mercado interno após o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a economia de subsistência.
Nas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, toda a capitania estava mergulhada numa situação de crise, o que levou os governantes goianos a voltarem suas atenções para as atividades econômicas que antes sofreram proibições, objetivando soerguer a região da crise em que mergulhara.
populações das capitanias limítrofes na região e a saída dos que estavam dentro sem autorização judicial.
Na segunda década do século XIX, com o fim da mineração, os aglomerados urbanos estacionaram ou desapareceram e grande parte da população abandonou a região. Os que permaneceram foram para zona rural e dedicaram-se à criação de gado e agricultura, produzindo apenas algum excedente para aquisição de gêneros essenciais.( PALACIN, 1989, p. 46)
Toda a capitania entrou num processo de estagnação econômica. No norte, o quadro de abandono, despovoamento, pobreza e miséria foi descrito por muitos viajantes e autoridades que passaram pela região nas primeiras décadas do século XIX.
Saint-Hilaire, na divisa norte/sul da capitania, revelou: "à exceção de uma casinha que me pareceu abandonada, não encontrei durante todo o dia nenhuma propriedade, nenhum viajante, não vi o menor trato de terra cultivada, nem mesmo um único boi".
Johann Emanuel Pohl, anos depois, passando pelo povoado de Santa Rita constatou: "é um lugar muito pequeno, em visível decadência (...). Por não haver negros, por falta de braços, as lavras de ouro estão inteiramente descuradas e abandonadas".
O desembargador Theotônio Segurado, que mais tarde se tornaria ouvidor da Comarca do Norte, em relatório de 1806, deu conta das penúrias em que vivia a região em função tanto do abandono como da falta de meios para contrapor esse quadro: "A capitania nada exportava; o seu comércio externo era absolutamente passivo: os gêneros da Europa, vindos em bestas do Rio ou Bahia pelo espaço de 300 léguas, chegavam caríssimos; os negociantes vendiam tudo fiado: daí a falta de pagamentos, daí as execuções, daí a total ruína da Capitania".
Diante dessa situação, a Coroa Portuguesa tomou consciência de que só através do povoamento, da agricultura, da pecuária e do comércio com outras regiões que a capitania poderia retomar o fluxo comercial de antes. Como saída para a crise voltaram-se as atenções para as possibilidades de ligação comercial com o litoral, através da capitania do Pará, pela navegação dos rios Tocantins e Araguaia.( CAVALCANTE, 1999,p.39)
As picadas, os caminhos e a navegação pelos rios Tocantins e Araguaia, todos interditados na época da mineração para conter o contrabando, foram liberados desde 1782. Como efeito imediato o norte começou a se relacionar com o Pará, ainda que de forma precária e inexpressiva.
Nas primeiras décadas do século XIX, o desembargador Theotônio Segurado já apontava a navegação dos rios Tocantins e Araguaia como alternativa para o desenvolvimento da região através do estímulo à produção para um comércio mais vantajoso tanto no norte como em toda a Capitania, diferente do tradicionalmente realizado com a Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Com esse fim propôs a formação de companhias de comércio, o estímulo à agricultura, o povoamento das margens desses rios oferecendo isenção por dez anos do pagamento de dízimos aos que ali se estabelecessem, e, aos comerciantes, concessão de privilégios na exportação para o Pará ( CAVALCANTE, 1999).
Com estas propostas chamou a atenção das autoridades governamentais para a importância do comércio de Goiás com o Pará, através dos rios Araguaia e Tocantins. Foi ele próprio realizador de viagens para o Pará incentivando a navegação do Tocantins. Destacou-se como um grande defensor dos interesses da região quando foi ouvidor da Comarca do norte. A criação dessa comarca visava promover o povoamento no extremo Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e, principalmente, incentivar o povoamento e o desenvolvimento da navegação dos rios Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março de 1809 dividiu a Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a Comarca do Sul e a Comarca do Norte. Esta recebeu o nome de Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na confluência do Araguaia no Tocantins se mandaria criar com este mesmo nome para ser sua sede. Para nela servir foi nomeado o desembargador Joaquim Theotônio Segurado como seu ouvidor.
A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade, Conceição, Arraias, São Félix, Cavalcante, Traíras e Flores. O arraial do Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde essa condição que foi transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a navegação do Tocantins. Enquanto não se fundava a vila de São João das Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A função primeira de Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser fundada essa vila.
Alegando a distância e a descentralização em relação aos julgados mais povoados, o ouvidor e o povo do norte solicitaram a D. João autorização para a construção da sede da comarca em outro local. No lugar escolhido por Segurado, o alvará de 25 de janeiro de 1814 autorizava a construção da sede na confluência dos rios Palma e Paranã, a vila de Palma, hoje a cidade de Paranã.
A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas nunca chegou a ser construída. Theotônio Segurado, administrador da Comarca do Norte, muito trabalhou para o desenvolvimento da navegação do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará. Assumiu posição de liderança como grande defensor dos interesses regionais e, tão logo se mostrou oportuno, não hesitou em reivindicar legalmente a autonomia político-administrativa da região.
O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia pela lei 960 de 17 de março de 1998, por ser a data da criação da Comarca do Norte, estabelecida como marco inicial da luta pela emancipação do Estado.
norte para fomentar o comércio e a navegação dos rios Araguaia e Tocantins.
A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo a recolonização do Brasil, mobilizou na colônia, especificamente no litoral, a elite intelectualizada em prol da emancipação do país. Em Goiás, essas idéias liberais refletiram na tentativa de derrubar a própria personificação da dominação portuguesa: o capitão-general Manoel Sampaio.
Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob a liderança do capitão Felipe Antônio Cardoso e do pe. Luiz Bartolomeu Marques. Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao segundo conclamar o povo e lideranças para a preparação de um golpe que iria depor Sampaio. Contudo, houve uma denúncia sobre o golpe e, em seguida, foi ordenada a prisão dos principais líderes rebeldes. O pe. Marques conseguiu fugir e novamente articulou contra o capitão-general. Sampaio impôs sua autoridade e os rebeldes foram expulsos da capital Vila Boa. Alguns vieram para o norte, como o capitão Cardoso, que teve ordem para se retirar para o distrito de Arraias, e o pe. José Cardoso de Mendonça, enviado para a aldeia de Formiga e Duro.
Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram isolados. A idéia da nomeação de um governo provisório, depois de fracassada na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios separatistas. O desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era outro senão a independência do Brasil. E a deposição de Sampaio seria apenas o primeiro passo. Para este fim contavam com o vigário de Cavalcante, Francisco Joaquim Coelho de Matos, que cedeu a direção das coisas ao desembargador Joaquim Theotônio Segurado.
No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de deposição de Sampaio, instalou-se o governo independencista do norte, com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da Comarca do Norte, Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu essa junta provisória até janeiro de 1822. No dia seguinte, o governo provisório da Comarca da Palma fez circular uma proclamação em que declarou-se separado do governo.( ALENCASTRE, 1979). As justificativas para a separação do norte em relação ao centro-sul de Goiás eram, para Segurado, de natureza econômica, política, administrativa e geográfica.
A instalação de um governo independente - não necessariamente em relação à Coroa Portuguesa, mas sim ao governo do capitão-general da Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de Theotônio Segurado. A sua posição não-independencista provocou a insatisfação de alguns dos seus correligionários políticos e a retirada de apoio à causa separatista. Em outubro de 1821, transfere a capital para Arraias provocando oposição e animosidade dos representantes de Cavalcante. Com o seu afastamento em janeiro de 1822, quando partiu para Lisboa como deputado representante de Goiás na Corte, agravou a crise interna.
“A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que a junta havia ficado acéfala. Na ausência de Segurado, nenhuma liderança capaz de impor-se com a autoridade representativa da maioria dos arraiais conseguiu se firmar. Pelo contrário, os interesses particulares dos líderes de Cavalcante, Palmas, Arraias e Natividade se sobrepuseram à causa separatista regional”.( CAVALCANTE, 1999,p.64)
A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo a recolonização do Brasil, mobilizou na colônia, especificamente no litoral, a elite intelectualizada em prol da emancipação do país. Em Goiás, essas idéias liberais refletiram na tentativa de derrubar a própria personificação da dominação portuguesa: o capitão-general Manoel Sampaio.
Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob a liderança do capitão Felipe Antônio Cardoso e do pe. Luiz Bartolomeu Marques. Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao segundo conclamar o povo e lideranças para a preparação de um golpe que iria depor Sampaio. Contudo, houve uma denúncia sobre o golpe e, em seguida, foi ordenada a prisão dos principais líderes rebeldes. O pe. Marques conseguiu fugir e novamente articulou contra o capitão-general. Sampaio impôs sua autoridade e os rebeldes foram expulsos da capital Vila Boa. Alguns vieram para o norte, como o capitão Cardoso, que teve ordem para se retirar para o distrito de Arraias, e o pe. José Cardoso de Mendonça, enviado para a aldeia de Formiga e Duro.
Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram isolados. A idéia da nomeação de um governo provisório, depois de fracassada na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios separatistas. O desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era outro senão a independência do Brasil. E a deposição de Sampaio seria apenas o primeiro passo. Para este fim contavam com o vigário de Cavalcante, Francisco Joaquim Coelho de Matos, que cedeu a direção das coisas ao desembargador Joaquim Theotônio Segurado.
No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de deposição de Sampaio, instalou-se o governo independencista do norte, com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da Comarca do Norte, Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu essa junta provisória até janeiro de 1822. No dia seguinte, o governo provisório da Comarca da Palma fez circular uma proclamação em que declarou-se separado do governo.( ALENCASTRE, 1979). As justificativas para a separação do norte em relação ao centro-sul de Goiás eram, para Segurado, de natureza econômica, política, administrativa e geográfica.
A instalação de um governo independente - não necessariamente em relação à Coroa Portuguesa, mas sim ao governo do capitão-general da Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de Theotônio Segurado. A sua posição não-independencista provocou a insatisfação de alguns dos seus correligionários políticos e a retirada de apoio à causa separatista. Em outubro de 1821, transfere a capital para Arraias provocando oposição e animosidade dos representantes de Cavalcante. Com o seu afastamento em janeiro de 1822, quando partiu para Lisboa como deputado representante de Goiás na Corte, agravou a crise interna.
“A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que a junta havia ficado acéfala. Na ausência de Segurado, nenhuma liderança capaz de impor-se com a autoridade representativa da maioria dos arraiais conseguiu se firmar. Pelo contrário, os interesses particulares dos líderes de Cavalcante, Palmas, Arraias e Natividade se sobrepuseram à causa separatista regional”.( CAVALCANTE, 1999,p.64)




A Conorte apresentou à Assembléia Constituinte uma emenda popular com cerca de 80 mil assinaturas como reforço à proposta de criação do Estado. Foi criada a União Tocantinense, organização supra-partidária com o objetivo de conscientização política em toda a região norte para lutar pelo Tocantins também através de emenda popular. Com objetivo similar, nasceu o Comitê Pró-Criação do Estado do Tocantins, que conquistou importantes adesões para a causa separatista. "O povo nortense quer o Estado do Tocantins. E o povo é o juiz supremo. Não há como contestá-lo", reconhecia o governador de Goiás na época, Henrique Santilo. ( SILVA, 1999,p.237)
Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão dos Estados da Assembléia Nacional Constituinte, redige e entrega ao presidente da Assembléia, o deputado Ulisses Guimarães, a fusão de emendas criando o Estado do Tocantins que foi votada e aprovada no mesmo dia.
Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o Estado do Tocantins.
A eleição dos primeiros representantes tocantinenses foi realizada em 15 de novembro de 1988, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, junto com as eleições dos prefeitos municipais. Além do governador e seu vice, foram escolhidos os senadores e deputados federais e estaduais.
A cidade de Miracema do Norte, localizada na região central do novo Estado, foi escolhida como capital provisória. No dia 1º de janeiro de 1989 foi instalado o Estado do Tocantins e empossados o governador, José Wilson Siqueira Campos; seu vice, Darci Martins Coelho; os senadores Moisés Abrão Neto, Carlos Patrocínio e Antônio Luiz Maya; juntamente com oito deputados federais e 24 deputados estaduais.
Ato contínuo, o governador assinou decretos criando as Secretarias de Estado e viabilizando o funcionamento dos poderes Legislativo e Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de Contas. Foram nomeados o primeiro secretariado e os primeiros desembargadores. Também foi assinado decreto mudando o nome das cidades do novo Estado que tinham a identificação "do Norte" e passaram para "do Tocantins". Foram alterados, por exemplo, os nomes de Miracema do Norte, Paraíso do Norte e Aurora do Norte para Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins e Aurora do Tocantins.
No dia 5 de outubro de 1989, foi promulgada a primeira Constituição do Estado, feita nos moldes da Constituição Federal. Foram criados mais 44 municípios além dos 79 já existentes. Atualmente, o Estado possui 139 municípios.
Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024 Km2 desmembrada do município de Porto Nacional, a cidade de Palmas, para ser a sede do governo estadual. Em 1º de janeiro de 1990, foi instalada a capital. A construção de Palmas começou sob as bênçãos divinas, no dia 20 de maio de 1989, data do Lançamento da Pedra Fundamental. Uma multidão esperançosa de 10 mil pessoas assistiu, na Praça dos Girassóis, a primeira missa celebrada por D. Celso Pereira, bispo de Porto Nacional. No mesmo dia, o governador Siqueira Campos acionou o trator, abrindo a Teothônio Segurado, primeira avenida da cidade.
A criação da Capital só foi possível com a transferência da sede do município de Taquaruçu, seu prefeito e vereadores para Palmas. Assim, em 1º de janeiro de 1990, aconteceu a transferência oficial do Governo para a nova Capital e a posse do prefeito Fenelon Barbosa, e de nove vereadores, que assumiram o Governo Municipal. Outros importantes eventos marcaram a história de Palmas.
A capital do Tocantins vem valorizando sua arte e cultura. Prova disso é o Espaço Cultural de Palmas, que abriga o Theatro Fernanda Montenegro, a Sala Sinhozinho, a Biblioteca Jaime Câmara, o Centro de Criatividade, a Grande Praça e a Secretaria Municipal de Cultura propiciando o acesso da população aos bens culturais.
Palmas incentiva também o respeito a sua história, contada pelo povo e por seus monumentos: o Palácio Araguaia, a Praça dos Girassóis, o Palacinho, o Cruzeiro, o Monumento à Lua, a Casa Suçuapara, a Capela de Santa Rita de Cássia, a Assembléia Legislativa, o Barracão de Palha do Canela e o Memorial Coluna Prestes são alguns exemplos.



 

CIDADES HISTÓRICAS

Arraias

Originou-se em 1739 com a descoberta de um garimpo. Em 1740, com o apoio do Governador D. Luís de Mascarenhas, foi definido traçado das ruas, o que contribuiu para o assentamento da população sob a nomenclatura de Nossa Senhora dos Remédios de Arraias. O povoado situa-se a 3 Km da “Chapada dos Negros”, antigo arraial riquíssimo em ouro, surgido em 1733, de acordo com as indicações do historiador Pe. Luís Palacim. No dia 16 de agosto de 1807, o povoado de Arrais foi elevado a Julgado e, mais tarde, através da Resolução de 1° de abril de 1833, passou à categoria de vila, instalada em 19 de setembro do mesmo ano.
O declínio da mineração contribuiu para a evasão urbana e o crescimento da zona rural, onde os habitantes desenvolviam atividades de pecuária e de agricultura de subsistência, perdurando esta situação até meados do século XIX, quando Arraias perde a condição de vila, e em 1850 sendo anexada a Cavalcante e mais tarde a Monte Alegre.
A partir de 1866 foi instalada a Coletoria Estadual e em 1980 deu-se a implantação de Agencia Postal dos Correios e telégrafos e do 1° cartório de Registro Cível. Em 1935 foi instalada a coletoria Federal.
A formação étnica de Arraias é proveniente de descendentes de negros escravos e pessoas livres originárias, ao que tudo indica, de São Paulo e da Bahia. No entanto as características culturais apresentam maior influência baiana do que paulista.
As construções mais antigas são datadas do século XIX. Algumas conservam paredões em tijolos de adobe, destacando-se a Igreja Matriz, que sofreu descaracterização dos seus traços originais em razão das reformas no século XX.
- Festas populares
- vaquejada e congada.
- Danças: Capoeira, Sússia e a Roda de São Gonçalo.
- Festas Religiosas
Padroeira Nossa Senhora dos Remédios (9 de setembro)
Festas de Santos Reis (01 a 06 de janeiro)
São Sebastião (11 a 20 de janeiro)
- Entrudo (carnaval).
- Painel Histórico: Festival de Artes de Arraias “Canta Nordeste”
- Artesanato
- Peças executadas em couro, palha, madeira e argila
- Pratos Típicos: Maria Isabel, Paçoca de Pilão e Mucunzá
- Doces: Caju e buriti
- Bebidas: Licores e pingas.
- Patrimônio Material
Ruínas da casa do feitor na Chapado dos Negros
Vestígios do povoado, testemunhados pelas ruínas de igrejas, de habitações e por rego de captação de água, entre matagais e grandes blocos de pedras.
Igreja Matriz
Dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, foi reconstruída com aproveitamento dos velhos paredões, localizada na praça Dr. João D’Abreu.
Praça “Cel. Joaquim de Sena e Silva”
Bem iluminada e com vários bancos, é local de desconcentração para os arraianos, Um bonito coreto e o busto do Coronel, cujo nome cede a denominação atual, completam a paisagem da antiga praça do rosário.

Dianópolis

Antigo Arraial de São José do Duro é uma das cidades tocantinenses mais contempladas em obras de escritores, poetas e historiadores, especialmente por ter sido palco de movimentos armados. Em 1750, criadores de gados da região nordestina através do vale de São Francisco, chegaram às terras tocantinenses, antigo norte goiano. Das Minas Gerais também partiram aventureiros em busca de riquezas minerais e índios, adentrando ao vale do Tocantins chegando à região de Dianópolis, dando assim inicio ao povoamento urbano.
A cidade tem suas origens ligadas ao aldeamento indígena e à mineração em meados de 1750/51. O aldeamento localizava-se junto ao ribeirão Formiga com nome de São Francisco de Xavier do Duro, também conhecido como missões. Conforme versão popular, as índias Tapuia em suas andanças pelos arredores, encontraram pedras amarelas que foram levadas aos Jesuítas. Estes constataram que as tais pedras eram pepitas de ouro. Em decorrência deste ato os índios ficaram responsáveis pela extradição aurífera, tornando o local conhecido como “As Minas das Tapuias”, daí derivando os nomes D’oiro, D’ouro e Duro.
A lei Provincial n° 03, de 14/10/1854, criou o distrito de São José do Duro, sob a jurisdição de Conceição do Norte e, em 26/08/1884, a Lei Provincial n° 723 elevou o distrito a Vila com o mesmo topônimo, provavelmente instalada em 1890. Em 1938 recebeu o nome de Dianópolis em homenagem às irmãs Custodianas ou Dianas, pertencentes á umas das famílias tradicionais da cidade.
O episódio que marcou a história da Vila do Duro foi protagonizado por índios que reagiram às imposições dos colonizadores. Ocorreram também disputas políticas entre os habitantes locais e invasores, fazendo da vila cenários de lutas sangrentas.
O movimento, no entanto, que mais abalou o Duro foi o confronto, que resultou em uma luta sangrenta, tendo por um lado membros da família Wolney e, por outro, representantes do governo do Estado. Este episódio se estende de 1918 a 1923, tendo como momento mais grave o dia 16 de janeiro de 1919, data da chacina dos nove membros da família Wolney que se encontrava nos presos ao tronco.
As relações historicamente mantidas com a Bahia proporcionaram acentuada influencia cultural. Em Dianópolis pouco se conservou da arquitetura. O centro histórico da cidade, situado em torno da Praça Cel. Wolney é composto de prédios residenciais, restando duas casas do século passado. Essas casas mantêm suas características originais (foram construídas em 1885 e 1892, respectivamente). Além desses imóveis restam também cerca de meia dúzia de outros, que conservam o aspecto original, porém, retratam um estilo já do inicio do século passado, por volta dos anos 30 e 40.
- Patrimônio Material
Capelinha dos Nove
Igreja erguida no túmulo das nove vítimas do massacre que houve no “tronco” em 16 de janeiro de 1919.
Prefeitura Velha
O prédio era a antiga residência dos irmãos Aurélio e Alberto Araújo, descendentes da família do Coronel Wolney. Em 1948 foi comprado pela prefeitura, tornando-se sede do Executivo Municipal até a década de 1970. Hoje é conhecido como “prefeitura velha”.
Casa do Cel. Wolney
Casa construída em 1885 pelo Coronel Joaquim Ayres Cavalcante Wolney, é dividida em 14 cômodos e foi erguida por braço escravo. Suas paredes de adobe medem cerca de 45 cm de espessura e com portas de madeiras de cerca de 3 metros de altura.
Igreja Sagrada Família
Funcionou como Matriz de São José (padroeiro da cidade) até tempos recentes quando foi construída a nova Matriz.
Igreja de São José das Missões
Templo importante pelo fato de pertencer a um povoado resultante de aldeamento indígena, origem da própria cidade de Dianópolis.

Monte do Carmo

Festejos de Nossa Senhora do Rosário- Monte do Carmo
Sua história data do período do “Ciclo do ouro no Brasil”, quando aventureiros adentraram os sertões à procura das minas. O bandeirante Manuel de Souza Ferreira, à procura de ouro pelo Vale do Alto Tocantins, deparou com essa localidade.
Autores como Brigadeiros Lísias Augustos Rodrigues, nos relatos de Pizzarro ao referendar as “Memórias do Rio de Janeiro”, fazia menções ao Arraial do Carmo, nos anos de 1738. Porem, alguns pesquisadores datam a sua fundação de 1741 e o historiador Luis Palacin a situa em 1746. Por essa razão, ainda não se determinou com exatidão a data do surgimento do povoado de Monte do Carmo. Cronologicamente, sua história se desenvolve com maior precisão e detalhes, quando a Rainha Maria I nomeia o Padre Faustino José da Gama, em 1870, para, no Arraial do Carmo, exercer serviços religiosos.
Sediado no sopé da Serra do Carmo, Padre Gama tornou-se o mais famoso senhor, “dono de muitos escravos e lavouras”.
Na sede do município, podem ser encontrados resquícios de muros e pedras e antigos casarões em ruínas que ficam em torno da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, como testemunhos do importante povoado minerador que foi Monte do Carmo. O Distrito de Monte do Carmo foi emancipado no dia 23/10/1963, e a sua instalação aconteceu em 10/01/1964, com a nomeação do prefeito Durval da Silva R. Barros, que permaneceu até a nomeação de Ademar Pereira da Silva, em 1965.
- Festas populares
- Festa de São Sebastião (20/01)
- Festejos do Carmo (julho) - onde se festeja Nossa Senhora do Rosário, Divino Espírito do Santo e Nossa Senhora do Carmo.
- Comidas típicas - arroz sirigado e arroz com pequi, doces de caju, buriti, banana, e bolos de arroz, de mãe, amor perfeito entre outros.
- Patrimônio Material
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Construída em 1801 pelo Sr. João Ayres da Silva, contratado pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, pelo valor de 1.200 oitavas de ouro. A igreja abriga a imagem de Nossa Senhora do Carmo.
Ruínas do Arraial do Carmo
A casa, igreja e diques que os escravos do padre Gama fizeram no sopé da Serra do Carmo. Padre Gama tinha sob seu comando cerca de 1200 escravos trabalhando na sua lavoura e no garimpo.

Natividade

Situada no Sudeste do Tocantins, ao pé da Serra da Natividade, numa distância de 305 km da capital do Estado, nascida com a exploração do ouro e fundada por Antônio Ferraz de Araújo, sua origem remonta ao século XVIII, ligada ao Arraial de São Luiz, no alto da serra. Hoje restam apenas ruínas daquele fluente e rico garimpo de ouro.
O nascente arraial denominado São Luis recebeu seu nome em homenagem a Dom Luis de Mascarenhas, então governador da Capitania de São Luis e fundador da Vila Boa (atual cidade de Goiás – GO). O nome São Luis conservou-se, provavelmente até 1733, quando, em homenagem a Nossa Senhora da Natividade, o local passa então a ser chamado de Natividade. Em 1734, o português Manoel Rodrigues de Araújo transferiu o Arraial para o Sopé da Serra, local de melhor acesso, onde hoje situa a cidade.
Em 1831, Natividade foi elevada à categoria de Vila. Em 1834 contava com 300 casa e ruas guarnecidas de calçadas de laje e em 1° de julho de 1901, a vila ganhou o termo de Município de natividade, se desmembrado da Comarca de Porto Nacional, e em 23 de dezembro de 1905, pela influente atuação do Senador Fulgêncio Nunes da Silva, aconteceu à instalação da Comarca de Natividade.
Atualmente, Natividade tem o seu espaço urbano dividido em três zonas de usos específicos: Zona de Proteção Histórica, Zona de Proteção Ambiental, e Zona de Expansão. O conjunto arquitetônico é constituído pelas ruas estreitas de casarões e igrejas.
- Festas populares
- Festa do Divino (data móvel)
- Festa de São João Batista (23 a 24/06)
- Festa do Senhor do Bonfim (12 a 17/08)
- Festa da padroeira de N. Sra. da Natividade (30/08 a 08/09)
- Baile de pastorinhas (24/12)
- Festa de Reis (01 a 06/01)
Patrimônio Material
- Igreja da Matriz
Datada de 1759, já sofreu algumas alterações no seu interior e fachada. Nele se encontra a imagem de Nossa Senhora da Natividade, santa Padroeira do Estado do Tocantins, possui dois sinos em bronze, datados de 1858.
- Igreja do Rosário dos Pretos
Toda em pedra possui os arcos da entrada central feitos com grandes tijolos especiais da época. Construída pelos escravos, ficou inacabada. Obra de admirável arquitetura. “Superaria as demais igrejas da capitania do Norte de Goiás se tivesse sido terminada”, escreveu o Visitante Pohl em 1819. Representa o monumento símbolo da raça negra e o trabalho escravo da fase da mineração.
- Prédio da Antiga Cadeia Pública
Continua com as características originais da sua construção. Impressiona pelas suas janelas e portas de largas grades e enormes portais em madeiras. Quando da passagem da “Coluna Prestes”, em 1925 e 1926, seus presos foram soltos pelos membros dessa rebelião. Foi restaurada em 1996 para ser o Museu Histórico Municipal.
- Casa do Sr. Salvador José Ribeiro (ten. Salvador)
Foi sede da primeira escola pública de natividade, nos anos de 1831 – Grupo Escolar D. Pedro II, e teve como primeira professora a Sra. Georgiana Viana Torres.
- Ruínas de São Luis
Local do antigo povoado no alto da Serra de Natividade, rico em buracos de garimpos de ouro, que no início a historia do nascimento da atual cidade, onde também se encontra a Lagoa Encantada, construída pelos escravos.
-Igreja de São Benedito
De características coloniais, conserva o sino original e a estrutura do primeiro altar.
É possível que a Igreja de São Benedito tenha sido construída ainda nas primeiras décadas do século XVIII, época em que Natividade vivia a opulência do ouro. Segundo relatos orais, a igreja funcionou normalmente até l928, quando foi desativada, voltando a ser utilizada com mais freqüência em 2000. De 1984 (data da primeira restauração) a abril de 2000, a igreja era utilizada apenas nas datas festivas em que se incluía procissão em evento realizado na igreja matriz. De acordo esses relatos, no período em que esteve desativada, a igreja passou por um processo de abandono por parte das autoridades civis e religiosas, perdeu parte do telhado e do reboco. Nesse período foi roubada a imagem original, mas não se sabe precisamente o ano.
A igreja possui fachada simples com um óculo e porta principal ladeada por duas janelas. Consta de pequena nave, arco cruzeiro, capela mor ladeada por sacristia e consistório, além de um cômodo de acesso ao púlpito, torre e coro. O retábulo do altar mor apresenta técnica simples de carpintaria e pinturas em policromia com elementos decorativos (figuras antropomórficas e dosséis) que se enquadram dentro do estilo joanino. As paredes laterais da capela mor e o fundo do camarim possuem pinturas decorativas aplicadas sobre a pintura a cal, apresentando os seguintes elementos: sobreverga com arremate em conchas nas extremidades, compoteira com flores, buquês, cortinados e colunas lisas. O arco do cruzeiro também apresenta pintura decorativa com repetição de elementos

Paranã

As primeiras entradas na província de Paranã ocorreram por volta de 1740, em 1815, o povoado foi elevada à vila, com denominação de São João da Palma, sede da Comarca do Norte, situando-se na confluência dos Rios Paranã e palma no extremo sul tocantinense.
Na condição de vila, São João da Palma passou a reivindicar sua elevação à categoria de cidade, o que veio a conseguir no dia 5 de outubro 1857. Existem alguns fatos que tornam a historia de Paranã semelhante a historia do Tocantins. O principal é o fato desta cidade ter sido a Comarca do Norte, em momentos embrionários da própria luta pela emancipação do Estado.
A data de 5 de outubro, que marca a elevação de Paranã à categoria de cidade (1857), é também a data de criação do Estado do Tocantins (5 de outubro de 1988). O nome da capital definitiva do Estado resgata o nome da antiga Vila de Palma, cujo, habitantes, inclusive, conhecidos como palmenses, mesmo adjetivo dos moradores da atual capital.
A atividade econômica que mais impulsionou historicamente a cidade foi o comércio fluvial pelo rio Tocantins. Através de barcos com capacidade de transporte de 15 toneladas. Essas embarcações eram impulsionadas por força humanas.
Após a desativação do comércio fluvial, restou a Paranã a criação de gado como principal atividade economia.
O conjunto arquitetônico conta com alguns destaques historicamente importantes. No que se refere à arquitetura residencial, preservou-se um razoável conjunto de edificações construídas na segunda metade do século XIX. Essas casas preservam suas características originais como assoalhos de tábuas, paredes espessas, portas e janelas enormes e paredes de adobe.
- Festas populares
- Festa do padroeiro da cidade, São João Batista e do Divino Espírito do Santo
- Festa dos Reis Gordos e Reis Magos
- Procissão dos Navegantes
Patrimônio Material
- Cadeia Velha
Construída em 1904, funcionou por muito tempo como Cadeia Publica e Intendência Municipal, depois Prefeitura. É o único imóvel que ainda guarda suas características arquitetônicas em condições de uma restauração, apesar de várias modificações sofridas.
- Casa que pertenceu ao Coronel Evaristo Bezzerra
Construída na segunda metade do século XIX. Segundo a tradição oral, é uma das primeiras casas construídas na cidade. Conserva um assoalho de madeira na sala, com enormes portas e janelas de madeira, paredes espessas de tijolos. A casa funcionou como escola por muito tempo.
- Casa do Coronel Vitor Lino
Casa construída na segunda metade do século passado, por Natanael Antônio dos Santos, que a vendeu bem mais tarde para Vitor Lino. A casa tem sido residência da família há muitas gerações, tendo abrigado várias autoridades municipais, dentre elas a Sra. Josefina Teles Brito, que foi prefeita nomeada (1946), sócio-fundadora da Associação Beneficente Nossa Senhora de Fátima (1952). O atual residente é o jornalista Hermínio Nunes Bernardes, que foi prefeito (1980-86). Permanece inalterada, com exceção de alguns cômodos que foram atingidos pelas enchentes.
- Igreja Matriz de São João Batista
Trata-se de uma obra bastante recente. Sua construção teve inicio na década de 50, após a demolição da Igreja anterior. Sua conclusão veio ocorrer já no inicio dos anos 80. A nova igreja não resgatou a arquitetura da igreja anterior.

Porto Nacional

Segundo os historiadores, a origem de Porto Nacional deve-se á navegação pelo rio Tocantins, fazendo a ligação entre os dois centros de mineração: Pontal e Monte do Carmo. Depois destacamento militar encarregado da vigilância da navegação.
Seu primeiro morador foi o português Felix Camôa, barqueiro que, no final do século XVIII, dedicara-se à travessia no rio Tocantins de mineiros procedentes das minas de ouro de Bom Jesus do Pontal (populosa vila situada a 12 km à margem esquerda do rio Tocantins, local onde hoje só resta a história e os buracos dos garimpos) para as minas do Arraial do Carmo, distante 42 km à margem direita do Tocantins e vice-versa.
Por volta de 1805, os índios Xerente revoltados com a exploração de toda ordem a que eram submetidos, atacaram e dizimaram o “Garimpo de bom Jesus do Pontal”. Os sobreviventes do massacre vieram refugiar-se e fixar residência em Porto Real.
Os nomes atribuídos à cidade estão relacionados com a situação política vigente no país: Porto Real, quando era Brasil-reino; Porto Imperial, na época do Império e finalmente Porto Nacional, após a proclamação da república.
A vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, para o Brasil, também contribuiu para o engrandecimento da futura Porto Nacional. D, João VI, em 9 de março de 1809, editou o Alvará de criação de uma Comarca no Norte da província de Goiás, denominada São João da Barra, (hoje cidade de Marabá – PA), e nomeando para dirigir essa Comarca o Desembargador Joaquim Teotônio Segurado, tendo como a incumbência desenvolver à navegação nos rios Araguaia e Tocantins e incentivar a lavoura e a pecuária da região.
Afeiçoando-se com Arraial de Porto Real, Teotônio Segurado instala ali a “cabeça de Julgado” e passa a residir alternadamente em porto Real, Palma (hoje Paranã) e Natividade. Assim com o intuito de fazer crescer Porto Real, o Desembargador convidou as principais famílias de Monte do Carmo a virem residir no novo Arraial, Tal foi o desenvolvimento de Porto, que em 1831, foi promovido à categoria de “vila”, com a denominação de Porto Imperial.
A vila despontou como importante entreposto comercial para os comerciantes que de “bote” faziam a viagem de Palmas até Belém do Pará e vice-versa. A vila de Porto Imperial adquire o título de cidade em 1861, com o nome de Porto Nacional.
Em 1886 chegam os Padres Dominicanos, importantes missionários que contribuíram para que Porto conquistasse o cognome de “Berço Intelectual do Norte Goiano”. Desde 1889, Porto já contava com assistência médica oferecida pelo seu filho Dr. Francisco Ayres da Silva que, além de médico, foi político e jornalista. Fundou o jornal “Norte de Goiaz”, que durante meio século, defendeu as causas do desenvolvimento regional. Esse filho também trouxe, em 1929, os primeiros veículos, um Ford e um caminhão Chevrolet, adquiridos no Rio de janeiro e conduzidos até Porto, via estado de Minas Gerais e Bahia, abrindo caminho pelos sertões.
Em 1904 chegam a Porto Nacional as Freiras Dominicanas, cujo trabalho permanece até nosso dias, representado Pelo Colégio Sagrado Coração de Jesus.
Porto Nacional se orgulha de ter na parte velha da cidade imponentes ruas, como a do Cabaçaco e a da cadeia, que contam ainda com lindos casarões coloniais.
Festa Populares
- Festa de São Sebastião (20/01)
- Via Sacra
- Festa do Divino (data móvel)
- Festa da Padroeira - Nossa Sra. das Mercês (24/10)
Patrimônio Material
Catedral Nossa Senhora das Mercês
Situada nas proximidades da margem direita do Rio Tocantins, no mesmo local da antiga capela de Nossa Sra. das Mercês, essa obra monumental foi iniciada em 1894 e concluída 1904. Projetada em pedra e tijolos, representa o estilo românico de Toulouse, França (região de origem dos Freis construtores). A maioria das suas imagens sacras foram trazidas da França e de Belém do Pará. Seu primeiro sino, todo em bronze, também veio da França. A Catedral representa a “Ordem Dominicana” em Porto Nacional.
Seminário São José
Antigo “Convento Santa Rosa de Lima”, é sede dos Padres Dominicanos, desde do inicio da década de 20. Em 1957 a parte superior do velho sobrado, por motivos estruturação e segurança foi retirada, porém ainda continua majestoso.
Prédio da Prefeitura Velha
Edificado em 1922. Nele funcionou até 1969 a Câmara Municipal, a sala das Audiências Judiciárias e a Administração Municipal. Construído em dois pavimentos, se destaca entre várias construções na parte velha da cidade.
Caetanato
Localizado na conhecida “Rua do Cabaçaco” no Centro Histórico de Porto Nacional, foi a primeira sede do Colégio das Irmãs Dominicanas. Hoje é sede da COMSAÚDE de Porto Nacional. O nome “Caetanato” é em homenagem a Sra. Caitana Belles, ultima moradora do local.
Colégio Sagrado Coração de Jesus
Edificação de Ampla e aprazível arquitetura representa o trabalho iniciado pelas incansáveis e pioneiras “Irmãs Dominicanas”.
Prédio do Abrigo João XXIII
Conhecido como “Abrigo dos Velhos”, o importante casarão foi sede do Correio e depois serviu durante muito tempo como Hospital. Situa-se na Rua Josué Negre.
Residência do Sr. Oswaldo Ayres
Importante casa residencial de arquitetura antiga, situada na Praça da Igreja Matriz, simboliza o brilhante trabalho do Dr. Francisco Ayres da Silva, como médico, político e jornalista, filho de Porto Nacional.
Residência da Senhora Custódia Pedreira
Herança da família “Pedreira”, esse casarão chama atenção pela arquitetura de épocas passadas, toda em adobe, conversa o porão e o assoalho de tábuas.

Tocantínia

Os primeiros registros que envolvem a região que hoje é a cidade de Tocantínia vêm de 1738 (Alencastre), quando começa a chegar na região muitos aventureiros em busca do ouro, terras e outras riquezas. A região já era habitada pelos índios Xerente que ocupavam as terras próximas ao Rio Providência e ao longo do Rio Tocantins.
Nesse período ocorreram muitos conflitos envolvendo os índios e os chegantes, que tinham que passar por terras indígenas. Vieram também os bandeirantes que abriam caminho e aprisionavam os índios para trabalharem como escravos em outras regiões.
Com o projeto de povoamento da região, foram utilizadas muitas estratégias para afastar os índios, umas delas foi o aldeamento, iniciado em 1840 pro Frei Antonio de Ganges, que chegou ao Brasil acompanhado por Frei Rafael de Targia, com a missão de aldear os índios Xerente, Krahô e Xavante.
O capuchino italiano, Frei Antonio, estabeleceu-se à margem direita do Rio Tocantins a uns cinco quilômetros, aproximadamente, da barra do Ribeirão Piabanha.
O primeiro nome da atual Tocantínia foi Tereza Cristina (nome do aldeamento), em homenagem a então Imperatriz do Brasil. Depois em virtude da proximidade com o Ribeirão Piabanha, passou a se chamar Piabanha, e em 20 de abril de 1936 adotou o nome atual, sendo elevado a categoria de município no dia 3 de outubro de 1953.
Patrimônio Material
- Igreja de Tocantínia
A igreja em adobe, construída pelos índios, foi idealizada por frei Antônio. Anos depois foi reconstruída pela vontade do Monsenhor Pedro Pereira Piagem.

Tocantinópolis

Cidade que ficou popularmente conhecida como “Boa Vista do Padre João”, devido à grande influência histórica deste vigário, a antiga boa Vista do Tocantins, se tornou cenário de alguns acontecimentos marcantes.
O primeiro Núcleo de habitantes teve inicio em 1818, quando bandeirantes, partindo de Pastos Bons, no Maranhão, vieram à procura de índios para catequizar. A região era muito fértil e possuía grande quantidade de madeiras adequadas para a construção e produção de imóveis.
Satisfeito com o que encontraram, alguns membros da bandeira – Antonio Faustino e Venâncio – resolveram fixar local, e em função da altitude permitir uma excelente visão das águas do Tocantins e de seu entorno, chamaram o lugar de Boa Vista.
Espalhada a noticia da fertilidade do local, grande número de habitantes de Carolina – MA, se deslocaram para o novo povoado.
Em 1852 foi criado o Distrito de Boa Vista do Tocantins, em 28 de julho de 1858 foi elevada à categoria de cidade, e Pedro José Cipriano foi reconhecido como seu fundador.
Em 1943 a Cidade passou a ser chamada de Tocantinópolis.
Tocantinópolis hoje é uma cidade bastante urbanizada, porém, sem deixar sua característica fluvial, preservando um cais, no porto do rio Tocantins.
Patrimônio Material
Catedral de Nossa Senhora da Consolação
É a matriz da Padroeira de Tocantinópolis, Nossa Senhora da Conceição. A tradição oral não fixa a data de sua construção. Trata-se, porém de uma arquitetura imponente, que traduz a força da religiosidade boavistente/tocantinopolina.
Seminário João XXIII
A importância arquitetônica do prédio reside no fato de simbolizar a grande influencia religiosa da cidade, que abrigou a sede da prelazia por vários anos, ao elevar-se diocese fundou também este seminário, que tem ordenado várias turmas de padre, inclusive o Padre Josimo que se tornou conhecido nacionalmente pela sua atuação ao lado das lutas em favor dos oprimidos da região. Trata-se de um prédio de construção recente (1955-1960).

PATRIMONIO CULTURAL
O que é o Patrimônio Cultural

A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece que o poder público, com a cooperação da comunidade, deve promover e proteger o "patrimônio cultural brasileiro".
Dispõe ainda que esse patrimônio é constituído pelos bens materiais e imateriais que se referem à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, como sejam:
      as formas de expressão
      os modos de criar, fazer, viver;
      as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
      as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
      os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Esses bens materiais e imateriais que formam o patrimônio cultural brasileiro são, portanto, os modos específicos de criar e fazer (as descobertas e os processos genuínos na ciência , nas artes e na tecnologia); as construções referenciais e exemplares da tradição brasileira , incluindo bens imóveis (igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos) e bens móveis (obras de arte ou artesanato); as criações imateriais como a literatura e a música; as expressões e os modos de viver, como a linguagem e os costumes; os locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a pleontologia e a ciência em geral, assim como as paisagens e as áreas de proteção ecológica da fauna e da flora.

Quando se preserva legalmente e na prática o patrimônio cultural, conserva-se a memória do que fomos e do que somos: a identidade da nação. Patrimônio, etimologicamente, significa "herança paterna"- na verdade, a riqueza comum que nós herdamos como cidadãos, e que se vai transmitindo de geração a geração.

Propor aos alunos pesquisa no site: http://cultura.to.gov.br/conteudo.php?id=119, elencar as principais manifestações culturais do estado, calendário das festividades, monumentos históricos.


 

POVOS INDÍGENAS

Os povos indígenas do Tocantins estão distribuídos em mais de 82 aldeias, perfazendo uma população de cerca de 10 mil indígenas.
Povo Iny
Karajá, Karajá/Xambioá e Javaé formam o povo Iny, pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê, família e língua Karajá. Coletores e pescadores, após longo período de migração se fixaram na Ilha do Bananal. Os Karajá da Ilha ou de cima são chamados de Ibòò Marãdu. Os Javaé vivem às margens do rio Javaé, denominados o povo do meio (Iny Webohony). Os Karajá/Xambioá (Iraru Mahãdu), os Karajá de baixo, estão localizados na Reserva Xambioá, município de Santa Fé do Tocantins.
A convivência constante do Karajá de baixo (Xambioá/Karajá) com os não indígenas contribuiu para que gradativamente agregasse à sua cultura os usos e costumes externos e conseqüentemente, a perda de parte da cultura tradicional e principalmente a fala a língua original.
Atualmente, está havendo a recuperação do falar a língua Karajá através do ensino ministrado nas escolas implantadas nas aldeias, exigência da Lei 10.172/2001. Paralelamente, a gerencia indígena da Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural vem apoiando a realização das festas tradicionais, participação em intercâmbios e no resgate do ritual do Hetoroky.
A confecção de objetos de cerâmica, a pintura corporal e as bonecas ritxokò são tradicionais da cultura Karajá, assim como as festas e rituais.
O Tocantins apresenta aproximadamente 3 mil Karajá, distribuídos em 07 aldeias na Ilha do Bananal. Os Javaé estão distribuídos em 13 aldeias e os Karajá/Xambioá, são cerca de 500 índios em 03 aldeias.
Festas Karajá (Ilhado Bananal)
* Rituais: do Hetohoky (Casa Grande) e Aruanã
* Festa do Mel
Homenagem aos Mortos – Itxeo
Festa da alegria- Maarasi
Festas Javaé
* Rituais: do Aruanã e Hetohoky (Casa Grande)
* Festa da alegria– Marakasi
* Festas Karajá/Xambioá
* Rituais: do Kralaru
* Festa do Peixe
O povo Iny mantém a tradição através de seus rituais e celebrações. Ensinam aos descendentes a importância e necessidade da transmissão destes conhecimentos que vêm de tempos milenares. O Hetoroky têm caráter religioso e acontece durante a época de fartura alimentar. As figuras míticas dos espíritos protetores (Aruanãs) cantam e dançam para todos sem data determinada.
Na preparação das festas os homens saem para as caça e pescarias, as mulheres preparam a alimentação e os ornamentos e enfeites: colares, braçadeiras e tornozeleiras. A pintura corporal é a representação de figuras simbólicas de animais como pássaros, peixes e répteis. Utilizam as cores preta, retirada do jenipapo, e vermelha do urucum. Existem dentro da comunidade pessoas conhecedoras de como fazer a pintura corporal
Ritual
O Hetoroky representa a passagem do menino para a fase adulta. A festa começa quando o pai do menino vai conversar com o pajé para que ele chame os aruanãs (espíritos). Convidam os Karajá de toda a região para participar e constroem uma grande casa para os convidados, onde deverá ter comida farta para todos. São realizadas lutas tradicionais e a disputa do mastro. Os Aruanãs entram e saem das casas cantando e dançando para marcarem a passagem do menino iniciando a fase adulta, dando continuidade aos feitos de seus ancestrais dos quais muito se orgulham.
Depois das boas vindas, começa a luta (Ijesu) entre os homens, uma verdadeira prova de força e resistência corporal. A competição entre as aldeias começa à noite, quando os homens se reúnem em torno da “grande tora” (Thoo). A luta vai até o amanhecer, quando o Iyeré (menino que está sendo iniciado) chega para a cerimônia com o corpo todo pintado de preto e a cabeça raspada.
Xerente
Akwê, “gente importante”, “indivíduo”. O povo que assim se denomina vive na margem direita do rio Tocantins, perto da cidade de Tocantínia, nas Reservas Indígenas Xerente e Funil num total de 183.542 hectares de área demarcada. Os Xerente também pertencem ao grupo lingüístico Macro-Jê. Seu artesanato é produzido principalmente com a palha de babaçu, seda de buriti, sementes dos quais surgem cestas, balaios, redes, bolsas, esteiras, adereços e de adornos e enfeites. O artesanato produzido é comercializado nas cidades próximas à reserva.
Atualmente, os Xerente atendem sua demanda alimentar com projetos de autosustentabilidade promovido pelo Procambix-Programa de Compensação Ambiental Xerente, resultado das negociações com a Investco, responsável pela construção da UHE de Lajeado.
No Tocantins são aproximadamente 3 mil índios em 46 aldeias.
Festas
Festa de dar nomes - Wakê
Homenagem aos mortos - Kuprê
Padi - tamanduá bandeira
Corrida de toras de buriti
Feira de Sementes do Cerrado
Apinajé
Na região Norte do Estado, na reserva que abrange os municípios de Tocantinópolis, Maurilândia, Cachoeirinha e Lagoa de São Bento perfazendo um total de 141.904 hectares, desde 1985. As aldeias estão distribuídas em dois PINS (Postos Indígenas), em São José e Marizinhas, onde vive o povo Apinajé, que se autodenomina de Panhi e pertence ao tronco lingüístico Macro-Jê.
Os Apinajé sobrevivem da agricultura de subsistência, da caça, da coleta de babaçu do qual extraem o óleo das amêndoas, aproveitam a palha para fabricar utensílios domésticos, coberturas de suas casas e as cascas são utilizadas como combustível para cozinhar. Produzem o artesanato de sementes e miçangasque comercializam nas cidades vizinhas. Entre suas tradições está a Mêkaprî, ritual para fazer o espírito voltar ao corpo do doente; o Parkapé, ritual que homenageia os mortos e o fim do luto, chamada festa da Tora Grande. Ritual do casamento quando se prepara TwýKupu – bolo grande enrolado na folha de bananeira e assado no braseiro cavado no chão.
São 1,8 mil indígenas em 22 aldeias
Festas
Ritual de homenagem aos morto - Párkape
Ritual para retorno do espírito do doente ao corpo - Mêkaprî
Krahô
As aldeias Krahô situadas na região de Itacajá e Goiatins com 302.533 hectares demarcados em 1976, lembram os sítios encontrados no médio Tocantins, Sul do Estado. Apresentam estrutura em forma circular, com habitações em torno de uma área vazia, o pátio central ou Ká, representa o coração da aldeia, onde se reúnem para dividir o trabalho e tomar decisões importantes para a comunidade. Pertencentes ao tronco Macro-Jê, têm suas aldeias divididas em dois partidos – o do inverno (Katam’jê) e o do verão (Wakm’jê) -, que se revezam no poder de acordo com os períodos de chuva e seca na região.
Os Krahô acreditam que os sonhos predizem o futuro do sonhador. Cultivam seus rituais e celebrações e possuem como símbolo sagrado uma machadinha de pedra a qual chamam de Khoyré, pois acreditam que mantêm a harmonia e o respeito dentro da comunidade, dando continuidade a tradição e a vida. Mantêm a tradição da corrida de toras de buriti, especilamente preparada para cada tipo de festa, e os participantes representam os dois partidos.
No Tocantins, são cerca de 3 mil índios em 23 aldeias.
Festas
* Festa da Batata (Panti)
* Festa do Milho (pônhê)
* Festa wythô
* Empenação das Crianças
* Feira da Semente
Krahô-Canela
Este povo assim se auto-identifica por ser descendente de duas etnias distintas: Krahô e Canela, povo Timbira (tronco Macro-Jê), originários do Maranhão.
Atualmente os Krahô -Canela estão em um processo ocupação das terras de Mata Alagada, município de Lagoa da Confusão e de resgate de sua cultura.
Calendário de festas
As festas indígenas no Tocantins acontecem de março a dezembro. São datas móveis definidas pelas lideranças de cada aldeia. Nos meses de fevereiro a julho acontecem as maiorias dessas festas, principalmente nos Xerente, Krahô e Apinajé.
Artesanato indígena
O artesanato indígena é utilizado como enfeites, compor a indumentária usada nos rituais e também, produção de utensílios domésticos e na comercialização. Os Karajá são excelentes artesãos da arte plumária e cerâmica. Os Akwe (Xerente) são considerados o povo do trançado (cestaria) e os Timbiras (Apinajé e Krahô), são especialistas na arte dos trançados e artefatos de sementes nativas do cerrado.
A cestaria é utilizada no transporte e armazenamento de mantimentos e como peças decorativas. A técnica é ensinada pelos mais velhos aos jovens que desejam aprender. As crianças aprendem desenhando na areia, depois transportam para a palha. Os motivos são transmitidos de geração para geração e representam a fauna e a flora. Para confecção das cestarias são utilizadas a palmeira do babaçu, da bacaba, tucum e a seda do buriti.
Para confeccionar a cerâmica, os artesãos Iny utilizam uma argila especifica chamada de barro de louça que misturado com cinzas da madeira do “cega machado” e colocada para secar ao sol, depois queimada no forno tradicional. No final, a peça é pintada de preto e vermelho. Feitas pelas mulheres, podem ser utilitárias (potes, pratos, tigelas) ou ornamentais assim também, são confeccionadas as (bonecas ritxokò e ritxoo). As miniaturas em cerâmica, representam o cotidiano do povo Iny (Karajá) como o parto, a caçada e a pescaria. São figuras de animais encontrados na Ilha do Bananal, como onça, anta, jacaré, tucano, ariranha e paca.

Comunidades Quilombolas

Atualmente existem 21 comunidades reconhecidas como remanescentes de quilombo no estado do Tocantins, mediante o decreto presidencial 4.887 de 20 de novembro 2003.
As comunidades compreendem o patrimônio cultural estadual e possuem características culturais próprias e peculiaridades que as distinguem umas das outras e de toda a sociedade, apresentando semelhanças no que diz respeito ao uso e ligação com a terra onde estão localizadas.
Apresentam manifestações culturais peculiares: danças tradicionais, cantigas de roda, festas religiosas, além de produzirem artesanatos que são usados como adereços ao corpo e como utensílios necessários para a manutenção de suas atividades diárias. Produzem ainda alimentos típicos de uma culinária que tem como base produtos encontrados na natureza ou produzidos em suas hortas comunitárias. As comunidades quilombolas do estado do Tocantins estão distribuídas de Norte a Sul, em vários municípios, conforme tabela abaixo.

Comunidades
Municípios / TO
Lagoa da Pedra
Mimoso Kalungas
Arraias



Malhadinha
Córrego Fundo

Brejinho de Nazaré


São José
Chapada de Natividade


Chapada de Natividade


São Joaquim
Laginha
Porto Alegre



Redenção
Natividade
Barra da Aroeira
Santa Tereza do Tocantins
Cocalinho
Santa Fé do Araguaia
Morro de São João
Santa Rosa do Tocantins
Baviera
Aragominas
Povoado do Prata
São Felix
Mumbuca
Carrapato
Formiga
Ambrósio

Mateiros 




Grotão
Filadélfia
Mata Grande
Monte do Carmo
Santa Maria das Mangueiras
Dois Irmãos


COMPLEMENTARES

Nossa diversidade cultural.
Paratodos
Chico Buarque

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antônio Brasileiro
Foi Antônio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia e crime
Use Dorival Caymmi3
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ary, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
9 Unidade prévia – Língua e diversidade cultural
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto
Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethânia, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro

HOLANDA, Chico Buarque.



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